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Jerimum Valley Apresenta As Startups Inovadoras Do Rio Grande Do Norte

O grupo foi criado em 2012, quando empresários potiguares notaram que faltava aos empreendedores do estado uma comunidade e uma plataforma em que pudessem trocar experiências e até mesmo atrair investidores.

“O Jerimum Valley começou com algo entre cinco a dez startups, e hoje já são mais de 100 no nosso radar”, diz Monnaliza Medeiros, líder da comunidade do Jerimum Valley e empreendedora. “Queremos dar visibilidade à inovação que também vem acontecendo no Rio Grande do Norte.”

Monnaliza Medeiros é community leader do Jerimum Valley (Foto: Divulgação)

Monnaliza, que tem 20 anos, foi uma das integrantes do Jerimum a palestrar na Campus Party, no workshop “Empreendedorismo Jovem – Por que começar cedo?”. Ela trabalha na startup de venda de ingressos Out Go, e também é embaixadora para iniciativas de empreendedorismo no Rio Grande do Norte, atuando junto a iniciativas como a InovAtiva, do Sebrae.

Dos cerca de 500 membros do grupo potiguar, 30 vieram a São Paulo. A equipe ganhou um estande no espaço do evento.

O nome do grupo vem da fruta homônima, que é comum no Rio Grande do Norte. Reza a lenda que, há muito tempo, uma empresa local não tinha dinheiro para pagar os funcionários e fazia o pagamento em jerimuns.

Empresas

Dentre os empreendedores potiguares que vieram à Campus Party, a mais nova integrante é a jovem Alice Richard, de apenas 13 anos.

Moradora de Natal, capital potiguar, ela é a criadora da plataforma Focinhobook, uma rede social para cachorros que já tem mais de 600 usuários.

“Eu gosto muito de cachorros, mas o único lugar que eu tinha para postar coisas sobre eles era o Instagram”, diz. “Então, meu pai falou: ‘por que você não cria alguma coisa?'”

Alice veio à Campus Party junto com a irmã, Emmanuelle Richard, de 16 anos. Mesmo antes dos 18 anos, Emmanuelle já cursa Ciência da Computação em uma faculdade potiguar e faz estágio em uma empresa em São Paulo.

As irmãs Emmanuelle e Alice Richard são jovens empreendedoras do Rio Grande do Norte (Foto: Divulgação)

As duas programam e estão imersas no universo da tecnologia desde cedo por incentivo do pai, que é programador.

Elas contam que ele tem um desafio para as meninas: “Só podemos ter um celular depois de fazer o primeiro app”, afirma Emmanuelle. A jovem foi palestrante na Campus Party, participando do painel “O lugar da mulher é na tecnologia”, nesta quinta-feira (14).

Outra empreendedora que veio a São Paulo com a caravana da Jerimum foi Adriana Rocha, da AEA Photodrone. A empresa, que existe desde 2013, usa tecnologia dos drones para geolocalização e tem entre seus clientes tanto grandes empresas quanto prefeituras da região.

Adriana é uma das pioneiras do Jerimum Valley, e conta que empreende desde que tinha nove anos, quando comprava canetinhas e revendia. Ela se casou aos 12 anos, e com 15 teve o primeiro filho. Mas não parou de empreender: vendeu bolos, decorou festas, teve loja de roupas, até chegar aos drones.

A ideia do negócio surgiu quando, em uma antiga empresa, disseram que ela “jamais poderia voar sozinha”. “Aí me veio o drone na cabeça, e fui atrás”, diz. Dos 167 municípios potiguares, a AEA está hoje em 166.

Monnaliza, líder do Jerimum, aponta que há muitas empresas do Rio Grande do Norte ganhando espaço na região e mesmo em outros estados. Há exemplos como o CuboHub, um dos primeiros coworkings a operar no Rio Grande do Norte; a Fix It, que produz imobilizadores ortopédicos biodegradáveis ou a FindMe, que ajuda a monitorar vigilantes que atuam fora de uma base fixa.

Ela ressalta a importância de trabalhar para o público local. “No Rio Grande do Norte há muita carência de alguns serviços. Por isso, quando aparece alguma coisa que atende a esse público, as pessoas agarram e são fiéis”, diz.

Dificuldades

Monnaliza aponta que um dos principais problemas enfrentados pelas startups potiguares ainda é a atração de investimento.

“Acabamos perdendo nossas melhores empresas para outros estados, onde há mais oportunidades”, afirma Monnaliza. “O dinheiro ainda está aqui em São Paulo, falta aos investidores do Rio Grande do Norte uma relação maior com as startups”, diz.

Ela avalia que falta capacitação para os próprios investidores locais, que não enxergam investimento nas empresas como uma oportunidade de negócio.

Contudo, desde a criação do Jerimum, em 2012, o ecossistema melhorou para as startups potiguares. No ano passado, a própria Campus Party teve a primeira edição no estado, em Natal, que empresários do Jerimum Valley ajudaram a organizar. O Sebrae também atua com iniciativas no estado, ajudando as empresas a estruturarem seus projetos.

“Claro que São Paulo ainda é o grande berço do saber”, diz Adriana, da AEA, que foi convidada a iniciar uma incubadora na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. “Mas as coisas estão mudando muito rápido, e hoje já vejo muitas melhorias na região.”

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